- o dólar, em disparada, tem atingido os maiores valores em dois anos e meio
- o governo busca formas de cortar gastos públicos para garantir equilíbrio fiscal
- Lula tem confrontado o mercado, que gostaria de ações mais claras do governo no sentido de conter despesas
Oficialmente, o governo diz somente que a reunião de Lula e Haddad tratará do “tema fiscal”.
No Orçamento deste ano, o governo prevê um déficit zero nas contas públicas. Isso significa que despesas e receitas têm que se equivaler. Se as despesas forem maiores, o governo registrará um déficit fiscal, o que gera no sistema financeiro e no setor produtivo uma dúvida quanto à capacidade do governo de saldar suas dívidas e manter a inflação sob controle. Isso dificulta a vinda de investimentos para o país.
A reunião de Lula com Haddad ainda não tem horário divulgado.
Às 16h, no Palácio do Planalto, o presidente terá outro encontro, desta vez com a Junta de Execução Orçamentária (JEO), responsável pelo assessoramento direto ao Presidente da República na condução da política fiscal do governo. Fazem parte da JEO Haddad e outras autoridades da Fazenda.
Nesta segunda, Haddad reconheceu que o dólar está em patamar alto (ultrapassou os R$ 5,65). O ministro atribuiu esse movimento a “muitos ruídos” de comunicação.
Para Haddad, o governo precisa melhorar a comunicação sobre os bons resultados na economia.
“Atribuo a muitos ruídos [a alta no dóçar]. Já falei isso no conselho, Conselhão [Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável], falei disso. Precisa comunicar melhor os resultados econômicos que o país está atingindo, por exemplo, tive hoje mais uma confirmação sobre atividade econômica e arrecadação de junho. Fechou hoje, mês de junho ficou acima do previsto pela Receita Federal. Ou seja, nós estamos no sexto mês de boas notícias na atividade econômica e na arrecadação”, disse o ministro.
Economistas avaliam que falas de Lula criticando a política do Banco Central e pedindo menor taxa de juros pressionam o dólar para cima, assim como declarações recentes em que o presidente disse que não tem que dar satisfações ao mercado.
Também na segunda, Haddad já havia adiantado que teria uma conversa nesta semana com Lula.
“Eu tenho conversado com ele com bastante frequência nos últimos dias. Estive com ele semana passada umas duas ou três vezes conversando sobre isso [cenário fiscal]. E ficamos de retomar”, disse o ministro.